terça-feira, 8 de abril de 2008

O “menino selvagem de Aveyron"

Atendendo alguns pedidos posto mais um texto sobre o caso dos meninos-lobo. Nesse caso um texto do sociólogo Anthony Giddens de seu manual de Sociologia.
No dia 9 de Janeiro de 1800 uma estranha criatura surgiu dos bosques próximos ao povoado de Saint-Serin, no sul da França. Apesar de andar em posição ereta se assemelhava mais a um animal do que a um ser humano, porém, imediatamente foi identificado como um menino de uns onze ou doze anos. Unicamente emitia estridentes e incompreensíveis grunhidos e parecia carecer do sentido de higiene pessoal, fazia suas necessidades onde e quando lhe apetecia. Foi conduzido para a polícia local e, mais tarde, para um orfanato próximo.
A principio escapava constantemente e era difícil voltar a capturá-lo. Negava-se a vestir-se e rasgava as roupas quando lhes punham. Nunca houve pais que o reclamassem.
O menino foi submetido a um minucioso exame médico no qual não se encontrou nenhuma anormalidade importante. Quando foi colocado diante de um espelho parece que viu sua imagem sem reconhecer-se a si mesmo. Em uma ocasião tratou de alcançar através do espelho uma batata que havia visto refletida nele (de fato, a batata era segurada por alguém atrás de sua cabeça). Depois de várias tentativas, e sem voltar a cabeça, colheu a batata por cima de seu ombro. Um sacerdote que observava ao menino diariamente descreveu esse incidente da seguinte forma:
Todos estes pequenos detalhes, e muitos outros que poderiam aludir, demonstram que este menino não carece totalmente de inteligência, nem de capacidade de reflexão e raciocínio. Contudo, nos vemos obrigados a reconhecer que, em todos os aspectos que não tem a ver com as necessidades naturais ou a satisfação dos apetites, se percebe nele um comportamento puramente animal. Se possui sensações não desembocam em nenhuma idéia. Nem sequer pode comparar umas as outras. Poderia pensar-se que não existe conexão entre sua alma ou sua mente e seu corpo. (Shattuck, 1980, p.69; veja-se também Lane, 1976.)
Posteriormente, o menino foi enviado para Paris, onde se ocorreram tentativas sistemáticas de transformar-lhe “de besta em humano”. O esforço resultou só parcialmente satisfatório. Aprendeu a utilizar o quarto de banho, aceitou usar roupa e aprendeu a vestir-se sozinho. No entanto, não lhe interessavam nem as brincadeiras nem os jogos e nunca foi capaz de articular mais que um reduzido número de palavras. Até onde sabemos pelas detalhadas descrições de seu comportamento e suas reações, a questão não era a de que fosse retardado mental. Parece que ou não desejava dominar totalmente a fala humana ou que era incapaz de fazê-lo. Com o tempo fez escassos progressos e morreu em 1828, quando tinha por volta de quarenta anos.
Sem dúvida, devemos ter cuidado na hora de interpretar casos deste tipo, pois é possível que não se consiga diagnosticar uma anormalidade mental. Por outra parte, as experiências as quais o menino foi submetido poderiam ter-lhe causado danos psicológicos que lhe impediram de alcançar as habilidades que a maioria dos meninos adquire numa idade muito menor. Ainda assim, existe uma similitude suficiente entre este caso e outros que se conhecem como para poder sugerir quão limitadas estariam nossas faculdades si precisamos, desde o princípio, de um período prolongado de socialização.


Veja: A história das meninas-lobo como farsa

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Tópicos de Sociologia do UOL Educação




Comunismo - Idade Moderna - Thomas More e Campanella





A greve - Quadro de Cândido Portinari
Greve - A greve política e a greve por direitos



























Engenheiros do Hawaii: da engrenagem à mandala

Aqui o link para o PDF da versão preliminar de um projeto meu sobre os Engenheiros do Hawaii, tomando suas canções para abordar temas de filosofia, sociologia, história etc. Clique na imagem e confira (depois é só fazer o download pelo site do Overmundo). Como disse é uma versão preliminar, mas acredito que pode ser útil.

A fábula (letra)

a fábula
(the logical song - roger hodgson. versão: humberto gessinger)
Clique na imagem e vá para o site dos Engenheiros do Hawaii
era uma vez um planeta mecânico,
lógico, onde ninguem tinha dúvidas
havia nome pra tudo e para tudo uma explicação
até o pôr-do-sol sobre o mar era um gráfico
adivinhar o futuro não era coisa de mágico
era um hábito burocrático, sempre igual
explicar emoções não era coisa ridícula
havia críticos e métodos práticos
cá pra nós, tudo era muito chato
era tudo tão sensato, difícil de aguentar
todos nós sabiamos de cor
como tudo começou e como iria terminar
mas de uma hora pra outra,
tudo o que era tão sólido desabou, no final de um século
raios de sol na madrugada de um sábado radical
foi a pá de cal, tão legal
não sei mais de onde foi que eu vim
por que é que estou aqui, para onde eu irei
cá pra nós, é bem melhor assim
desconhecer o início e ignorar o fim
da fábula

terça-feira, 1 de abril de 2008

A Fábula- Engenheiros do Hawaii

Usei essa canção dos Engenheiros do Hawaii para introduzir o Positivismo e as idéias de Auguste Comte. Vale dar uma olhada: