quarta-feira, 26 de março de 2008

A canção de Max Gonzaga no vestibular da UEG 2008-1

CLASSE MÉDIA

Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio "coletivos"
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos,
Estou sempre no limite
do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo
um pacote CVC tri-anual
Mais eu "tô nem aí"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "tô nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda
a periferia toda
Mas fico indignado
com o estado
quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado
que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em Moema
O assassinato é no "Jardins"
A filha do executivo é estuprada até o fim
Aí a mídia manifesta
a sua opinião regressa
De implantar pena de morte,
ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado
concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência
e a tiragem do jornal
Porque eu não "tô nem aí"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "tô nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta


A letra da canção acima, de Max Gonzaga, traz vários elementos comuns tanto para a reflexão sociológica quanto filosófica, entre outras conexões com várias disciplinas. Temas sociológicos, como violência, classe social, consciência, meios de comunicação, e filosóficos, como ética, consciência, projeto e responsabilidade, estão presentes no texto.

A concepção do texto sobre consciência corresponde à seguinte proposição:

a) A teoria da consciência de Karl Marx, segundo a qual não é a consciência que determina a vida, mas, ao contrário, é a vida que determina a consciência. Assim, o ser social, tal como a situação de classe, determina a consciência dos indivíduos, que é uma consciência de classe.

b) A teoria das representações coletivas de Durkheim, que são compartilhadas por todos os indivíduos de uma sociedade e expressam a supremacia da sociedade sobre o indivíduo.

c) A abordagem fenomenológica do filósofo Husserl, para quem existem proposições universais e
necessárias, derivadas da experiência de classe.

d) A teoria do pensador Descartes, que dá início ao movimento político que mais tarde vai se chamar de “liberalismo”, no qual se depositava no Estado o poder de defesa dos interesses dos indivíduos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cadê a resposta ??????????????????????????????????????????????????????

Anônimo disse...

Resposta: Letra A

Anônimo disse...

e a justificativa